Taxas de juros do rotativo do cartão crescem e do cheque especial caem

As taxas de juros seguem elevadas no país, principalmente a do rotativo do cartão de crédito, mas as do cheque especial podem dar um alívio ao bolso dos brasileiros!

bloco escrito juros e homem segurando duas flechas, uma vermelha descendo e uma verde subindo

As taxas de juros aqui no Brasil são uma das maiores ao redor do mundo e isso com certeza prejudica o orçamento do consumidor brasileiro. Não é atoa que escutamos por aí que ao tirar um empréstimo ou fazer um financiamento pagamos o dobro do valor, não é mesmo?

Mas, para piorar ainda mais a situação das famílias brasileiras, em meio a crise financeira que o país enfrenta atualmente, agravada pela pandemia, alguns desses juros subiram, pesando ainda mais no bolso dos brasileiros. 

Segundo um levantamento da Nota Monetária de Crédito, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (29), os juros do rotativo do cartão de crédito aumentaram 8,1% em Março, passando de 326,8% para 334,9% ao ano. No mesmo período do ano passado, a taxa cobrada nessa modalidade de crédito era de 328,7% ao ano.

Contudo, nem tudo é notícia ruim, pois a taxa de juros praticada no cheque especial diminuiu de 124,9% para 121% ao ano agora em Março. Em 2020, no mesmo mês, o valor cobrado era ainda maior, de 130,6% ao ano.

O porém é que os juros continuaram em patamar elevado nas principais modalidades de crédito oferecidas no mercado atualmente. Isso porque há pouco tempo o Banco Central anunciou o aumento da Selic para 2,75% ao ano. 

Com isso, já era esperado que o crédito ficasse mais caro para o consumidor, sendo essa uma medida justamente para tentar diminuir a inflação que está nas alturas, afinal, a tendência é que com os juros maiores, as pessoas gastem menos e economizem mais, “obrigando” a economia a reduzir os preços praticados. 

Variação da taxa de juros nas principais modalidades de crédito do mercado

Embora os bancos tenham liberdade para trabalhar com taxas de juros diferentes, dentro de uma média permitida, ainda assim é possível ter uma noção geral do que aumentou e o que ficou mais barato para o consumidor brasileiro.

Segundo dados divulgados pelo Banco Central, temos as seguintes médias:

  • Compras parceladas no cartão de crédito: aumentou de 167,1% para 167,6% a.a.; 
  • Limite do cheque especial: baixou de 124,9% para 121% a.a.; 
  • Crédito para a compra de veículos: cresceu de 20% para 20,6% a.a.; 
  • Empréstimo consignado: aumentou de 18,8% para 18,9% a.a.; 
  • Empréstimo pessoal: subiu de 86,4% para 87,3% ao a.a.;
  • Financiamento de imóveis: caiu de 7% para 6,9% ao a.a.;
  • Rotativo do cartão de crédito: aumentou de 326,8% para 334,9% a.a.; 

Como podemos ver, apenas o crédito do cheque especial e a taxa de juros para financiamento tiveram queda nos juros cobrados.

Isso tem uma explicação: Com muitos brasileiros desempregados e sem renda, o sonho da casa própria teve que ser adiado e uma medida para diminuir o impacto dessa recessão no mercado, os bancos diminuíram os juros, para atrair mais clientes.

O mesmo pensamento vale para o cheque especial, aquele limite que o banco nos libera para sacar a mais na conta. Sem salário caindo na conta, não há limite a ser liberado.

Aqui cabe destacar que desde 2020, há uma norma do BC que proíbe que as taxas do cheque especial ultrapassem o valor de 8% ao mês. 

os tipos de crédito mais utilizados pelas famílias brasileiras tiveram aumento expressivo, principalmente as taxas de juros do cartão de crédito.

Os juros do rotativo do cartão de crédito ainda são os maiores, que são cobrados quando o consumidor não consegue pagar o valor integral da fatura até a data de vencimento, ou seja, paga apenas o mínimo da fatura.

Com relação a crédito barato, as taxas de juros do consignado continuam sendo insuperáveis. 

O consignado é a modalidade de crédito mais barata do mercado brasileiro, pois como o pagamento é feito via desconto em folha, as chances de inadimplência são menores e assim não é preciso cobrar altos juros.

O que as taxas de juros mudam para os brasileiros no dia-a-dia?

As taxas que envolvem o uso do cartão de crédito (parcelamento e rotativo) e o saque do cheque especial são as que mais pesam no bolso dos brasileiros atualmente. 

O motivo para isso é muito simples: esses são os dois tipos de crédito mais utilizados no dia-a-dia dos consumidores, especialmente em momentos de emergência financeira

Mas, o que isso muda em nossa rotina? Bom, com milhões de pessoas desempregadas (14% da população brasileira) e sem renda fixa, é de se esperar que os índices de endividamento aumentem nos próximos meses.

Por isso, a tendência é que os juros praticados nessas duas modalidades de crédito e nos empréstimos pessoais continuem a crescer.

Isso porque os juros maiores são justamente a “garantia” do pagamento do débito contratado.

São eles que cobrem uma possível falta de pagamento e é por isso que enquanto a situação financeira do Brasil não melhorar, essas taxas não irão diminuir.