Fazer pagamentos, receber e enviar dinheiro de forma eletrônica e digital a cada dia se torna mais indispensável. As formas de transferências de dinheiro mais comuns no Brasil (Pix, TED e DOC) oferecem aos usuários praticidade e segurança. 

Com o avanço tecnológico, cada vez mais as pessoas usam o internet banking, carteiras online e contas digitais, realizando suas transações financeiras a partir de computadores e smartphones, indo cada vez menos às agências físicas. 

As transferências via TED, DOC e, mais recentemente, Pix são muito utilizadas no dia a dia por milhões de brasileiros. Mas, ainda há dúvidas sobre o funcionamento de cada um destes métodos. 

Por isso, no texto de hoje, explicamos as diferenças e o funcionamento de cada uma dessas formas de envio e recebimento de valores. Aproveite!

Diferenças entre Pix, TED e DOC

Apesar da função do DOC, da TED e do Pix serem a mesma (realizar transferências financeiras entre contas bancárias – tanto de pessoas físicas quanto de jurídicas), há diferenças importantes na utilização dos três métodos.  

Eles diferem na cobrança ou não de taxas pelo serviço, nos seus limites, no horário que podem ser efetivadas e no tempo de processamento do pagamento, por exemplo. 

Cada um dessas formas de pagamento tem suas peculiaridades e vantagens, como explicaremos neste guia exclusivo.

Fique ligado, pois ao longo do texto trazemos tudo o que você precisa saber sobre o DOC, a TED e o Pix, para que possa aproveitar da melhor maneira possível cada uma dessas tecnologias. Confira!

Pix

Lançado pelo Banco Central (BC) no fim de 2020, o Pix tornou-se rapidamente um verdadeiro sucesso no Brasil. 

Atualmente, há mais operações diárias por Pix no país do que o número somados de DOCs, TEDs, boletos e cheques, por exemplo. 

Mas ao que se deve essa popularização do Pix? Alguns fatores podem responder a esta pergunta, sendo os principais deles: 

• Maior velocidade para receber e enviar dinheiro
• Livre acesso e utilização para qualquer pessoa que disponha de uma conta bancária e de um meio digital para fazer o Pix
• A segurança do sistema idealizado pelo BC

O que é e como funciona

O Pix é uma forma de pagamento e transações financeiras instantâneas criada pelo BC e disponível para qualquer pessoa. 

Para utilizá-lo, basta ter uma conta bancária no Brasil e acesso a um meio digital online para fazer um Pix, como um computador ou smartphone com acesso ao internet banking ou aplicativo do seu banco ou carteira digital.

Cada pessoa tem suas próprias chaves Pix, que é a forma de identificar contas bancárias, substituindo o preenchimento de informações como agência e conta bancária  no momento de realizarmos transferências de dinheiro.

Ou seja, essa chave é a representação das informações completas da sua conta dentro do sistema do Pix. 

A chave pode ser o CPF, um e-mail, seu número de celular ou até mesmo chaves aleatórias criadas por você dentro do sistema.

Cada um pode ter algumas chaves e é a própria pessoa que as cadastra na instituição que deseja.

Na hora de fazer a transferência, basta entrar no app do banco, no internet banking ou na sua carteira digital, ir até a “área Pix”, escolher o tipo de chave, preencher com a informação, conferir se bate com o nome da pessoa ou empresa que você quer enviar o montante, digitar o total a ser enviado e confirmar a transferência. 

Cada pessoa pode ter algumas chaves Pix. Você pode, por exemplo, usar a chave CPF no banco X, a chave e-mail no banco Y e a chave celular em uma carteira digital, como PicPay, 99 Pay, Ame Digital ou Mercado Pago, por exemplo. 

Além das chaves, há, ainda, o Pix QR Code, que é gerado e “lido” pelo smartphone dentro do aplicativo ou internet banking que será utilizado para fazer o pagamento. 

Taxa para usar o Pix

Diferente de outras formas de pagamento e envio de recursos, não há a cobrança de nenhuma taxa no caso do Pix, com o uso do sistema sendo livre e 100% gratuito para todas as pessoas. 

E fazer ou receber Pix é de graça independente do  montante enviado ou recebido nas transações, do número de transferência realizadas dentro de um período de tempo e da conta de destino pertencer a uma pessoa física ou jurídica.

Quando dá para fazer um Pix?

Você pode fazer um Pix a qualquer momento do dia. O sistema funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, em qualquer um dos 365 dias do ano. 

Por isso, é possível fazer Pix mesmo em feriados, fins de semana e até mesmo de madrugada. 

• Leia mais: Limite noturno para o Pix, saiba aqui qual é

Estar disponível o tempo todo é uma das razões do sistema de pagamento ter se tornado queridinho em todo o país em tão pouco tempo. 

Limite de transferência

Não há limite pré-estabelecido pelo BC do valor máximo possível para se transferir via Pix diariamente e é possível enviar a partir de um centavo por transação. 

Além disso, não existe um número máximo de transações que podem ser realizadas ao longo de um dia ou período de tempo. 

Mas isso não quer dizer que seja de fato ilimitado, pois a instituição pode definir limites, desde que respeite critérios criados pelo Banco Central. 

Havendo um  limite, ele deve ser o mesmo que já existe no TED ou no cartão de débito, por exemplo.

Normalmente estes limites são para evitar fraudes e lavagem de dinheiro. Mas, normalmente, é ilimitado. 

Além disso, para qualquer transação via PIX entre 20h e 6h, como forma de segurança, há o limite noturno máximo de R$1.000 em envios. 

O cliente pode solicitar o aumento do limite noturno, mas os bancos têm um prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para alterar o valor, como forma de segurança contra sequestros-relâmpagos e assaltos, por exemplo. 

Tempo para compensar o valor

O valor é enviado instantaneamente, com o valor sendo debitado da conta de quem faz o pagamento na mesma hora e chegando na conta destino em até 10 segundos. 

Sendo assim, o Pix é uma forma de envio de dinheiro extremamente rápida e eficiente. 

TED

A Transferência Eletrônica Disponível (TED), criada pelo BC no ano de 2002, é um método de transferência financeira em que o dinheiro enviado cai no mesmo dia útil na conta destino ou no dia útil seguinte, dependendo do horário do envio.

A TED pode ser feita tanto digitalmente, por internet banking e aplicativos dos bancos, quanto pelos caixas eletrônicos de bancos em que a pessoa que deseja enviar o dinheiro tenha uma conta corrente ou poupança. 

O que é e como funciona

TED é um método de transferência eletrônica de fundos de uma pessoa ou de uma entidade para uma conta bancária, seja esta da mesma ou de diferente titularidade. 

A TED pode ser feita de uma conta bancária para outra conta bancária, usando internet banking, aplicativo da instituição financeira ou caixa eletrônico. 

Além disso, também é possível enviar TED em dinheiro vivo, seja através de uma transferência do dinheiro no caixa eletrônico ou no atendimento presencial no caixa do banco. 

Assim como no caso do internet banking ou do app, é necessário você preencher alguns dados para a transferência, são eles: 

• CPF ou CNPJ 
• Tipo da conta (corrente ou poupança)
• Nome e código do banco
• Números da agência e da conta 
• Valor a ser enviado

Taxa para usar o TED

Normalmente, os bancos não cobram taxas para utilização do TED entre contas da mesma instituição. 

Entretanto, é comum a cobrança de taxas para enviar para outros bancos, com o valor cobrado variando de uma instituição para outra.

Segundo o BC, a cobrança, em média, varia entre R$4 e R$22, dependendo do banco de origem da transferência e se ela foi feita de forma online ou presencial. 

Quando feita no atendimento do caixa do banco, a taxa costuma ser consideravelmente mais cara.  

Com a chegada da concorrência dos bancos digitais nos últimos anos, tem sido menos incomum a oferta de um número de TEDs gratuitas por mês e até mesmo ilimitadas sem custos adicionais, tanto nos tradicionais quanto nos digitais. 

Vale conferir se o caso do seu banco. Se não for, veja qual é a tarifa cobrada. 

Quando dá para fazer uma TED?

Alguns bancos têm um horário diferenciado, mas, normalmente, para o valor ser compensado no mesmo dia, ele deve ser enviado entre a manhã até às 17h em dias úteis. 

Caso seja enviado após este horário ou em feriados ou fins de semana, o valor será processado apenas no próximo dia útil.

Apesar disso, você pode fazer uma TED em qualquer horário e ela ficará agendada para o próximo dia útil. 

Caso não haja dinheiro na conta no momento, o banco irá tentar outras vezes mais tarde antes de cancelar a solicitação. 

Além disso,é possível fazer o agendamento de TEDs para datas específicas que você desejar. 

Limite de transferência

Como o valor sai diretamente da conta que tem fundos, assim como no caso do Pix, não há um limite máximo ou mínimo pré-estabelecido para o valor enviado via TED. 

O que pode acontecer é o banco bloquear transações suspeitas, normalmente pela segurança do próprio cliente que é titular da conta. 

Assim como não há limite de valor, também não existe o número de TEDs que podem ser feitas em um mesmo dia, sendo ilimitadas. 

Mas vale frisar, que os bancos têm protocolos e mecanismos automatizados que podem bloquear operações suspeitas, tanto pela segurança do cliente quanto do sistema financeiro em si quanto.

Tempo para compensar o valor

Se realizado antes das 17h em dias úteis, o prazo para compensação do valor enviado costuma ser de 30 minutos. 

O tempo costuma ser ainda menor quando a TED é realizada entre contas da mesma instituição financeira. 

Se realizada após as 17h, em fins de semanas ou em feriados, a transferência será agendada para o próximo dia útil, quando ocorrerá a compensação do valor enviado. 

Então, caso precise enviar o dinheiro de forma imediata, a TED não é uma opção após às 17h ou em qualquer horário fora dos dias úteis. 

DOC

O Documento de Ordem Crédito (DOC), assim como TED e Pix, é uma transferência bancária. 

Porém, o DOC tem algumas limitações, como valor máximo e maior prazo para compensação do valor enviado.

A transferência via DOC pode ser realizada por meios digitais, como internet banking e aplicativos bancários, assim como nos caixas eletrônicos ou no atendimento presencial dos bancos. 

O que é e como funciona

DOC é uma transferência de valores para conta bancária que pode ser realizada com o dinheiro presente na conta de quem envia, tanto através de canais digitais quanto em caixa eletrônico ou atendimento, ou com dinheiro em mãos, só sendo possível nos caixas ou no atendimento nas agências. 

Para enviar o valor, além de dispor dele, é necessário ter os dados da conta destino, como CPF ou CNPJ; tipo de conta (corrente ou poupança); nome e código do banco; números da agência e da conta.  

Taxa para usar o DOC

São similares às taxas cobradas por TEDs, variando entre R$4 e R$22, sendo mais caro quando feito presencialmente. 

Alguns bancos oferecem alguns DOCs gratuitos por mês, enquanto outros, na maioria digitais, oferecem o serviço de forma totalmente gratuita pelo aplicativo. 

Quando dá para fazer um DOC?

Só é possível fazer uma transferência via DOC em dias úteis, em qualquer horário. 

Porém, o horário que você realiza a operação, impacta diretamente no prazo para a compensação do dinheiro na conta destino. 

Em feriados e fins de semana, o DOC poderá ser agendado para o próximo dia útil.

Limite de transferência

O valor máximo que se pode transferir via DOC, tanto para contas da mesma titularidade quanto de terceiros, é de R$4.999,99. 

Para qualquer valor acima a partir de cinco mil reais, será necessário realizar um TED ou um Pix. Não há um valor mínimo de transferência. 

Tempo para compensar o valor

Caso enviado entre a manhã e 21h59 de um dia útil, o valor cai no dia seguinte, tendo um prazo máximo de compensação de 24 horas. 

Se feito entre 22h e antes do início do expediente bancário do dia seguinte, normalmente levará dois dias úteis para o dinheiro chegar na outra conta. 

Qual é o melhor tipo de transferência? Pix, TED ou DOC? 

Por ser totalmente gratuito e instantâneo, trazendo mais praticidade e velocidade às transações, o Pix certamente é o melhor dos três. 

Não é por acaso que menos de dois anos  após o seu lançamento já se tornoi o método de pagamento mais utilizado em todos o país.  

Entretanto, o DOC e a TED também tem suas vantagens. Você consegue enviar dinheiro via DOC ou TED sem precisar estar com acesso à internet, por exemplo. 

É possível fazer essas operações diretamente no caixa eletrônico do seu banco ou mesmo no atendimento presencial  da instituição.

Isso pode ser extremamente útil se você estiver sem pacote de internet, com sinal ruim, se o aplicativo ou internet banking de sua instituição estiver fora do ar, não estar com o seu smartphone ou qualquer outro motivo que te impeça de fazer a transferência online. 

Uma outra vantagem no caso do DOC é ter um tempo hábil para entrar em contato com o banco e cancelar a transferência em casos de algum erro no valor enviado ou confusão na conta destino.

Enquanto com o Pix, por sua vez, é feito de maneira automática e o banco não pode atuar caso você erre na hora de preencher a chave ou o valor. No caso da TED também quase não há tempo.