A Polícia Federal (PF), durante a operação Kryptus, desarticulou um esquema criminoso de criptomoedas, que eram adquiridas a partir de fraudes bilionárias. Foi preso Glaidson Acácio dos Santos, popularmente conhecido como “Faraó dos Bitcoins”.
O Faraó dos Bitcoins se passava por empresário, no qual por meio de um esquema de pirâmide financeira (é crime no Brasil), fazia promessas de lucros exorbitantes a seus clientes, onde só era necessário investir em criptoativos.
A operação policial resultou na apreensão de 591 Bitcoins, a maior moeda digital do mercado atualmente. Com isso, o MPF (Ministério Público Federal) liberou que as criptomoedas apreendidas sejam vendidas imediatamente, o que pode totalizar mais de R$150 milhões. Confira todos os detalhes a seguir!
O esquema criminoso do Faraó de Bitcoins
Segundo informou a PF, o famoso Faraó dos Bitcoins era dono da empresa GAS Consultoria e Tecnologia, com sede em Cabo Frio no Rio de Janeiro. A empresa prometia aos investidores de criptomoedas que teriam um lucro de 10% ao mês, sob o capital investido na Bitcoin, a moeda digital mais valorizada do mercado.
Porém, de acordo com o MPF, a empresa não existia, visto que não era registrada junto aos órgãos que regulamentam esse tipo de transação no mercado financeiro.
Assim, como em outros casos de golpes envolvendo criptomoedas e o esquema de pirâmide financeira, não havia o investimento em Bitcoin e sim uma “troca” de dinheiro.
Os novos investidores, ao aplicarem capital na empresa, geravam dinheiro para pagar os antigos investidores da pirâmide.
Venda das Bitcoins apreendidas
Durante a investigação policial, foram apreendidas 591 Bitcoins. Como a cotação atual de cada Bitcoin está em média de R$255 mil, o montante apreendido totaliza cerca de R$150 milhões.
De início, as moedas digitais retidas na operação foram transferidas para uma conta aberta pelo próprio MPF, em uma corretora de valores brasileira de Bitcoins que opera no mercado de criptoativos, seguindo as orientações da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).
A conta particular do MPF evita que os criminosos tenham acesso às criptomoedas apreendidas novamente, visto que quando colocadas em corretoras de valores ou cold wallets (carteiras frias), correm o risco de serem movimentadas pela organização criminosa, uma vez que as transações de criptoativos são intermediadas através de chaves particulares, que podem ser recuperadas mesmo a distância.
Por isso, para garantir a segurança das Bitcoins apreendidas e diminuir a volatilidade do valor, foi decidido pela Câmara Criminal do MPF que as 591 moedas digitais apreendidas no esquema do Faraó dos Bitcoins serão convertidas em moeda nacional e o valor arrecadado seja depositado em conta judicial.
Ainda de acordo com a decisão, toda a transação de venda dos Bitcoins será realizada através de uma corretora de valores brasileira, a custo zero de corretagem para o poder público.
Com relação ao dinheiro que será arrecadado na venda das criptomoedas, esse deve ficar na conta onde tramita o processo judicial, até que a investigação seja concluída, levando em conta os clientes lesados na operação criminosa da pirâmide financeira.