Com o lançamento da geração 12 de seus desejados aparelhos, a Apple anunciou uma mudança polêmica: os novos celulares não viriam acompanhados de adaptadores, mas apenas de um cabo USB.
A justificativa dada pela gigante americana de tecnologia foi que isso fazia parte de sua política de diminuir o impacto ambiental a partir da redução de emissão de carbono e de lixo eletrônico.
No entanto, a premissa não convenceu de imediato e, em outubro, o Procon-SP (órgão de defesa do consumidor) notificou a empresa exigindo uma explicação mais detalhada sobre como haveria ganho ambiental com a medida, que gerou descontentamento generalizado e muito burburinho entre os consumidores.
Como a Apple não apresentou um plano de recolhimento e reciclagem dos carregadores, o Procon-SP fez uma segunda notificação nesta quarta-feira, 02 de dezembro, para que a empresa forneça o acessório aos consumidores que solicitarem no ato da compra de um novo aparelho. A Apple tem até 72 horas para se manifestar.
Em seu site, a empresa informa que os consumidores podem usar seus carregadores antigos ou comprarem um novo à parte. Um carregador original custa hoje no Brasil R$199. E existe um impasse adicional aí: o modelo mudou do USB-A para USB-C a partir da geração 11 (11 Pro e 11 Pro Max), então a entrada é diferente daquela encontrada nos smartphones mais antigos da própria marca.
Além disso, os demais carregadores de outras marcas também não podem ser usados em aparelhos da Apple pelo mesmo motivo (entradas diferentes).
O diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, afirma que, dessa forma, a Apple estaria praticando uma venda casada (do aparelho com o carregador), o que é vetado pelo Código de Defesa e Proteção ao Consumidor.
Capez orienta aos consumidores que comprarem iPhones que não vierem com o carregador incluído a abrirem reclamação no site do Procon-SP.
Outro questionamento pertinente dos consumidores diz respeito ao desempenho de carregamento. Ao comprar um novo aparelho, é esperada não só uma performance mais rápida e eficaz, além das melhorias e atualizações que ocorrem de uma versão para outra, mas também um carregamento mais rápido e seguro, algo que depende muito da eficiência do adaptador de energia utilizado.
E mais um ponto relevante levantado pelo Procon-SP é a falta de esclarecimento da Apple sobre a possibilidade de a garantia dos aparelhos ser afetada pelo uso de carregadores paralelos.
Resta aos fãs da famosa maçã aguardar o novo posicionamento da empresa e o desenrolar desse impasse.
Será que a Apple vai ser obrigada a voltar atrás e incluir de novo os carregadores na venda de seus badalados smartphones ou os consumidores é que precisarão de conformar e se adaptar a essa nova era?