Novo aumento da taxa Selic é o maior em 18 anos

A taxa Selic atual passou de 4,25% para 5,25% ao ano e se torna o maior aumento nos últimos 18 anos!

mão do empresário pega um bloco de cubo de madeira representando, mostrado o ícone do símbolo de porcentagem. conceito de taxas financeiras e hipotecas de taxa de juros Selic

Mais um aumento da taxa Selic foi anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC), no qual os representantes decidiram por unanimidade elevar a taxa básica de juros em um ponto percentual.

Assim, a taxa Selic que estava em 4,25% ao ano passou para 5,25% ao ano. Esse é considerado o maior aumento desde 2003, ou seja, nos últimos 18 anos. Além disso, a Selic atual é uma das maiores nos últimos anos, ficando atrás apenas do percentual de 5,5% em outubro de 2019.

A decisão de elevar a Selic foi explicada pelo BC devido à evolução da pandemia do coronavírus, principalmente em decorrência da nova variante delta, que está colocando em risco o processo de recuperação não só da economia brasileira, mas a mundial também, visto que inúmeros países estão adotando novamente as medidas de isolamento social para tentar diminuir os novos casos de contaminação.

Além disso, a decisão também levou em conta o aumento nos preços de mercado, que continuam a pressionar os consumidores brasileiros, isto é, o custo de vida continua caro no país.

Nova taxa Selic

A taxa Selic hoje está em 5,25% ao ano, contudo, o Copom não descarta a possibilidade de novos aumentos na próxima reunião, que ocorrerá nos próximos 45 dias.

A expectativa é que a Selic volte a aumentar, em decorrência das incertezas do mercado. Dessa forma, a previsão é que a taxa básica da economia salte para 6,25% ao ano.

O motivo que leva a política monetária continuar aumentando a Selic é principalmente a inflação em alta no Brasil e a evolução ou não da atividade econômica no país.

De acordo com o Copom, se a vacinação no Brasil continuar no ritmo que está, logo os casos começarão a diminuir, visto que os países emergentes são menos afetados pela variante delta do coronavírus.

No entanto, não podemos destacar o impacto em nossa economia, que consequentemente também leva ao aumento de preços.

Um dos setores mais impactados com a alta da inflação é o possível aumento da bandeira tarifária na conta de luz e a elevação dos preços dos alimentos, ou seja, dois componentes que afetam diretamente o bolso das famílias brasileiras.

Quarta vez seguida que a Selic eleva-se

A Selic em alta não é novidade, sendo a quarta reunião seguida que o Copom decide por elevar a taxa básica de juros no país.

Antes disso, a Selic passou sete meses sem aumento, ficando em patamar mínimo de 2% ao ano.

Porém, desde março de 2021 os reajustes estão sendo feitos, passando primeiramente de 2% para 2,75% ao ano.

Após março, tivemos dois aumentos de 0,75%, um em maio (Selic ficou em 3,50% ao ano) e o outro em junho (Selic de 4,25% ao ano).

Aumento da Selic nas últimas dez reuniões

Confira a seguir o avanço da taxa Selic nos últimos encontros do Copom:

  • Junho de 2020: 2,25% ao ano
  • Agosto de 2020: 2% ao ano
  • Setembro de 2020: 2% ao ano
  • Outubro de 2020: 2% ao ano
  • Dezembro de 2020: 2% ao ano
  • Janeiro de 2021: 2% ao ano
  • Março de 2021: 2,75% ao ano
  • Maio de 2021: 3,50% ao ano
  • Junho de 2021: 4,25% ao ano
  • Agosto de 2021: 5,25% ao ano

O que acontece com o aumento da Selic?

O aumento da taxa Selic é intencional, visando justamente diminuir a inflação no país, visto que quanto mais alta a taxa básica da economia, menor o consumo e consequentemente os preços são forçados a cair também.

A inflação esperada para este ano é de 3,75%, com tolerância de 1,5% (entre 2,25% e 5,25%).
Contudo, de acordo com o último índice divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 8,35%, bem acima do esperado pelo setor econômico.

Isso tem dois impactos diferentes em seu bolso:

  • Consumidor: para o consumidor é bom, pois a tendência é que a inflação sobre os preços diminua, visto que os juros tendem a cair, seja nas compras do dia-a-dia, como uma ida ao supermercado ou até mesmo na hora de solicitar crédito, como empréstimos e financiamentos
  • Investidor: para quem investe dinheiro em renda fixa, o aumento da Selic não é bom, visto que com os juros baixos, os investimentos atrelados à Selic rendem pouco, principalmente a poupança. No entanto, até a Selic em 8,5% ao ano não é preciso se preocupar, após passar esse índice que é importante reavaliar a rentabilidade

Portanto, agora é ver como a economia vai reagir ao mercado e esperar a nova reunião do Copom, que irá decidir se aumenta novamente ou deixa estável a taxa Selic!