De acordo com um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), conhecido como a inflação brasileira, em janeiro desacelerou para 0,25%, sendo considerada a menor taxa desde agosto de 2020, que foi de 0,24%. Esse é um ótimo resultado, uma vez que no mês de dezembro tivemos um índice de 1,35%.
Assim, mesmo que a inflação anual ainda esteja acima da média esperada pelos especialistas (IPCA anual está em 4,56% e a meta central para 2021 é de 3,75%), os brasileiros podem comemorar em partes, uma vez que iniciamos o ano com uma redução nos preços. Uma das despesas que mais fez diferença e levou a baixa do índice mensal foi a energia elétrica, que teve uma queda no preço expressiva.
Entretanto, como nem tudo é perfeito, não baixou o preço dos alimentos e bebidas (aumento de 1,02%) e combustível (aumento de 2,13%), ajudando então a puxar a inflação para cima, mesmo que com menos força. O problema disso é que estamos falando justamente de itens básicos no dia-a-dia do brasileiro, que é a alimentação e o transporte.
O fato é que enquanto algumas despesas estão baixando e ficando mais acessíveis ao nosso bolso, outras estão subindo muito, ou seja, o custo de vida do brasileiro continua elevado. Então, apesar de termos uma inflação hoje mais baixa, ainda assim o consumidor sente uma pressão no valor de alguns suprimentos e despesas.
Quer saber o que baixou e aumentou e quais os preços tendem a subir ainda mais ao longo do ano? Pois, bem confira a seguir tudo sobre o assunto! Preparamos este guia rápido explicando como está a taxa de inflação nesse início de ano e já alertaremos para os possíveis aumentos ao decorrer dos meses, para que você possa preparar seu bolso e não ter tantas surpresas desagradáveis no orçamento! Vamos lá?!
Preços que contribuíram para baixar a inflação
Como já mencionado, uma das despesas que mais fez diferença para causar uma queda na inflação mensal foi a energia elétrica. Segundo dados, a conta de luz em janeira ficou cerca de 5,6% mais barata.
O motivo para isso foi a troca na bandeira tarifária. Em dezembro ainda estávamos na bandeira vermelho e para janeiro entrou em vigor a bandeira tarifária amarela. Dessa maneira, o brasileiro deixou de pagar um acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 Kw/h para pagar apenas R$1,343. É diferença em um orçamento, concorda?
Mas, não foi só a luz que baixou! Os custos com vestuário (diminuiu 0,07%) e habitação (diminuiu 1,07%) também contribuíram para um menor IPCA mensal.
Preços que aumentaram o IPCA de janeiro
Dentre os 9 grupos pesquisados para o IPCA, 7 apresentaram alta. A maior elevação veio do setor de alimentos e bebidas, que mesmo tenha sido maior que o esperado para janeiro de 2021, foi mais baixo que o registrado em dezembro do ano passado.
Confira a seguir a lista geral dos preços registrados em janeiro para a inflação mensal!
- Habitação (-1,07%)
- Vestuário (-0,07%)
- Comunicação (+0,02%)
- Educação (+0,13%)
- Saúde e cuidado pessoal (+0,32%)
- Despesas pessoais (+0,39%)
- Transporte (+0,41%)
- Artigos de residência (+0,86%)
- Alimentos e bebidas (+1,02%)
Análise sobre os preços do IPCA mensal
O setor que mais teve alta na inflação foi o da alimentação e isso impacta diretamente o bolso do brasileiro.
Mas, nem tudo está perdido, afinal, mesmo os preços tendo registrado um alta de 1,02%, foi menor do que em dezembro (2,12%).
Entretanto, para alimentação fora de casa os resultados não são positivos, pois o IPCA valor em dezembro era de 0,77% e janeiro passou para 0,91%.
No consumo diário, os alimentos que mais pesaram no bolso do brasileiro foram: cebola (aumentou 17,58%) e tomate (aumentou 4,89%).
Em contrapartida, alguns alimentos registraram baixa no IPCA mensal, sendo eles: carne (diminuiu -0,08%), leite (diminuiu 1,35%), óleo de soja (diminuiu 1,08%).
O IBGE acredita que a baixa nesses preços é consequência do fim do pagamento do auxílio emergencial.
Com a renda limitada, o brasileiro está readaptando o cardápio, diminuindo especialmente o consumo de carne.
Isso porque esse alimento pode ser facilmente substituído por outra fonte de proteína, como por ovos e vegetais.
Além disso, mesmo o setor de transportes tendo registrado uma queda na inflação, ainda assim, o preço do combustível aumentou em janeiro.
Para esse primeiro mês do ano, o combustível ficou 2,13% mais caro, onde em dezembro registramos uma suba de apenas 1,56%.
Dentre os tipos de combustíveis que mais aumentaram a taxa de inflação no mês, temos a gasolina (+2,17%) e o diesel (+2,60%).
Sem mencionar o valor do gás de cozinha, que subiu 3,19% em janeiro e registra o oitavo mês consecutivo de aumento.
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Com relação ao setor de artigos de residência, as mobílias foram as que mais tiveram aumento nos preços (1,48%).
Os itens de mobiliário já acumulam uma alta de 8,82% desde setembro de 2020. Acredita-se que o aumento no preço desses itens seja por causa do trabalho home office, que tem crescido bastante na pandemia.
Ainda nesse setor, o IPCA mensal registrou um aumento no preço dos eletrodomésticos e equipamentos (+1,58%) e artigos de cama, mesa e banho (+1,27%).
Já no setor de saúde e higiene pessoal, o preço mais expressivo foi o do plano de saúde, que aumentou 0,66%.
Cabe lembrar que os reajustes nos preços dos planos de saúde estavam suspensos desde o ano passado, mas agora para 2021 estão autorizados aumentos retroativos.
Conclusão
Como podemos perceber, o IPCA acumulado para janeiro teve preços em baixa, mas outros em alta.
Isso significa que o brasileiro pode comemorar que terá certo alívio nas finanças, mas deve continuar buscando economizar e adaptando seus gastos.
Como a inflação tem impacto direto na taxa básica de juros (Taxa Selic), cabe ao Banco Central baixar ou aumentar a Selic, a fim de equilibrar esses dois índices.
Assim, como é esperada uma inflação anual de 3,75%, os especialistas acreditam que a Selic suba também, chegando a 3,5% até o fim do ano.
Por isso, nem tudo está perdido, pois com o aumento na Selic, os investimentos são beneficiados, já que renderão um pouco mais, especialmente os de renda fixa.