Inflação no Brasil desacelera 0,31% em Abril, mas preços continuam em alta

Dos nove itens avaliados na inflação trimestral, apenas o setor de combustíveis registrou queda significativa. Os outros oito preços continuam “salgados” para os brasileiros!

INFLAÇÃO soletrada usando telhas de carta de madeira indo para cima direção sobre fundo de superfície branca.

A inflação no Brasil tem estado nas alturas ultimamente, não é mesmo? Não é atoa que o consumidor brasileiro tem reclamado que tudo está mais caro nos últimos meses, desde os alimentos no supermercado até a gasolina para abastecer o automóvel.

Para quem não sabe o que é a inflação na economia, estamos falando do aumento nos preços de produtos e serviços. Ela é calculada através do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a cada três meses.

No entanto, após o aumento da taxa Selic, há sinais de que os preços comecem a diminuir, pesando menos no bolso das famílias brasileiras, especialmente as de menor renda, que são as que mais sofrem o impacto da inflação.

Essa é justamente a intenção, pois quando o Banco Central anunciou que a Selic passaria para 2,75% ao ano, a ideia era “desacelerar” a economia. Assim, com a taxa básica de juros mais elevada, as pessoas consomem menos e as empresas se vêm obrigadas a diminuir os preços, ou seja, é a lei da oferta e demanda. 

Então, mesmo que oito dos nove itens avaliados não tenham baixado de preço, a boa notícia é que não aumentaram tanto assim. O IPCA atual mostrou um recuo de 0,31% na inflação no mês de Abril, após fechar em 0,93% em Março.

Inflação no Brasil no último ano

Agora que você já sabe o que é e como funciona a inflação, é preciso entender como a economia brasileira vem reagindo no último ano. Bom, basicamente, de Abril de 2020 até Abril de 2021, o IPCA acumulou uma alta de 6,76% nos 12 meses do ano.

Esse é o índice mais alto da inflação desde Novembro de 2016, que foi quando se registrou um acumulado de 6,99%. 

Já em comparação ao mês de Abril do ano passado, tivemos um crescimento de 2,37%, o que mostra que este ano realmente os bens e serviços estão mais caros.

Mas, a expectativa do Banco Central (BC) é que a inflação volte a cair, sendo esperado um crescimento de apenas 3,75% em 2021.

A margem de tolerância é de 1,5 pontos e sendo assim, os economistas prevêem que a inflação para o ano fique entre 2,25% e 5,25%.

Inclusive, o BC está avaliando outro possível reajuste na taxa Selic, com um aumento de 0,75 pontos, para diminuir ainda mais os preços na economia. 

IPCA no mês de Abril

O IPCA deste primeiro trimestre mostrou que dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta:

  • Despesas pessoais: aumento de 0,01%
  • Educação: alta de 0,04%
  • Transportes: recuo de 0,08%
  • Comunicação: crescimento de 0,08%
  • Habitação: aumento de 0,22%
  • Alimentação e bebidas: alta de 0,40%
  • Vestuário: alta de 0,47%
  • Artigos para casa: crescimento de 0,57%
  • Saúde e cuidados pessoais: elevação de 1,19%

Como pode-se notar, o único recuo foi no preço do combustível, que estava em alta desde o início do ano.

Depois de mais de 10 meses sofrendo reajustes, o valor da gasolina baixou 0,44% no mês de Abril e o álcool (etanol) ficou 4,93% mais barato.

Com a gasolina mais barata, os consumidores voltam a dar preferência para esse combustível, o que explica a queda tão grande no preço do etanol.

Além disso, o índice IPCA de Abril mostrou que houve uma deflação (queda nos preços) nos serviços de transporte privado.

Os transportes por aplicativos, como Uber e 99, tiveram uma queda de 11,12% nos preços.

As passagens aéreas também continuam com os preços em queda, registrando quase 20% no último ano.

O setor de habitação também se beneficiou da inflação baixa, pois mesmo estando em alta, passou de 0,81% em Março para 0,22% em Abril.

Já os demais grupos continuam com os preços em alta, sendo o aumento nos preços dos medicamentos o que mais chamou a atenção.

Os produtos farmacêuticos ficaram cerca de 2,7% mais caros este mês. Essa alta pode ser explicada pelo reajuste concedido de 10,08% no preço dos remédios.

Outro setor que continua a desagradar os brasileiros é o custo com a alimentação, que cresceu 0,40% no mês, onde em Março tivemos um percentual de apenas 0,13%.

Dentre os alimentos com maior reajuste, temos:

  • Carne bovina: aumento de 1,01%
  • Leite: alta de 2,40%
  • Frango em pedaços: crescimento de 1,95%
  • Tomate: alta de 5,46%

Apenas as frutas tiveram uma queda nos preços, registrando um recuo de 5,21%.