A inflação no Brasil tem estado nas alturas ultimamente, não é mesmo? Não é atoa que o consumidor brasileiro tem reclamado que tudo está mais caro nos últimos meses, desde os alimentos no supermercado até a gasolina para abastecer o automóvel.
Para quem não sabe o que é a inflação na economia, estamos falando do aumento nos preços de produtos e serviços. Ela é calculada através do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a cada três meses.
No entanto, após o aumento da taxa Selic, há sinais de que os preços comecem a diminuir, pesando menos no bolso das famílias brasileiras, especialmente as de menor renda, que são as que mais sofrem o impacto da inflação.
Essa é justamente a intenção, pois quando o Banco Central anunciou que a Selic passaria para 2,75% ao ano, a ideia era “desacelerar” a economia. Assim, com a taxa básica de juros mais elevada, as pessoas consomem menos e as empresas se vêm obrigadas a diminuir os preços, ou seja, é a lei da oferta e demanda.
Então, mesmo que oito dos nove itens avaliados não tenham baixado de preço, a boa notícia é que não aumentaram tanto assim. O IPCA atual mostrou um recuo de 0,31% na inflação no mês de Abril, após fechar em 0,93% em Março.
Inflação no Brasil no último ano
Agora que você já sabe o que é e como funciona a inflação, é preciso entender como a economia brasileira vem reagindo no último ano. Bom, basicamente, de Abril de 2020 até Abril de 2021, o IPCA acumulou uma alta de 6,76% nos 12 meses do ano.
Esse é o índice mais alto da inflação desde Novembro de 2016, que foi quando se registrou um acumulado de 6,99%.
Já em comparação ao mês de Abril do ano passado, tivemos um crescimento de 2,37%, o que mostra que este ano realmente os bens e serviços estão mais caros.
Mas, a expectativa do Banco Central (BC) é que a inflação volte a cair, sendo esperado um crescimento de apenas 3,75% em 2021.
A margem de tolerância é de 1,5 pontos e sendo assim, os economistas prevêem que a inflação para o ano fique entre 2,25% e 5,25%.
Inclusive, o BC está avaliando outro possível reajuste na taxa Selic, com um aumento de 0,75 pontos, para diminuir ainda mais os preços na economia.
IPCA no mês de Abril
O IPCA deste primeiro trimestre mostrou que dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta:
- Despesas pessoais: aumento de 0,01%
- Educação: alta de 0,04%
- Transportes: recuo de 0,08%
- Comunicação: crescimento de 0,08%
- Habitação: aumento de 0,22%
- Alimentação e bebidas: alta de 0,40%
- Vestuário: alta de 0,47%
- Artigos para casa: crescimento de 0,57%
- Saúde e cuidados pessoais: elevação de 1,19%
Como pode-se notar, o único recuo foi no preço do combustível, que estava em alta desde o início do ano.
Depois de mais de 10 meses sofrendo reajustes, o valor da gasolina baixou 0,44% no mês de Abril e o álcool (etanol) ficou 4,93% mais barato.
Com a gasolina mais barata, os consumidores voltam a dar preferência para esse combustível, o que explica a queda tão grande no preço do etanol.
Além disso, o índice IPCA de Abril mostrou que houve uma deflação (queda nos preços) nos serviços de transporte privado.
Os transportes por aplicativos, como Uber e 99, tiveram uma queda de 11,12% nos preços.
As passagens aéreas também continuam com os preços em queda, registrando quase 20% no último ano.
O setor de habitação também se beneficiou da inflação baixa, pois mesmo estando em alta, passou de 0,81% em Março para 0,22% em Abril.
Já os demais grupos continuam com os preços em alta, sendo o aumento nos preços dos medicamentos o que mais chamou a atenção.
Os produtos farmacêuticos ficaram cerca de 2,7% mais caros este mês. Essa alta pode ser explicada pelo reajuste concedido de 10,08% no preço dos remédios.
Outro setor que continua a desagradar os brasileiros é o custo com a alimentação, que cresceu 0,40% no mês, onde em Março tivemos um percentual de apenas 0,13%.
Dentre os alimentos com maior reajuste, temos:
- Carne bovina: aumento de 1,01%
- Leite: alta de 2,40%
- Frango em pedaços: crescimento de 1,95%
- Tomate: alta de 5,46%
Apenas as frutas tiveram uma queda nos preços, registrando um recuo de 5,21%.