Em meio à uma crise financeira gigante e trará consequências para as próximas décadas, inflação em alta, elevada taxa de desemprego no país, trabalhadores com renda reduzida, enfim, seria de se esperar que a procura pelo crédito imobiliário diminuísse, não é mesmo? Bom, pela lógica sim, mas os brasileiros não estão pensando assim!
Segundo informações divulgadas Associação das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) nesta segunda-feira (29), a procura pelo crédito imobiliário este ano aumentou em quase 50%, em comparação a fevereiro de 2020. Além disso, entre janeiro e fevereiro deste ano, teve-se um crescimento de 1,3% no montante solicitado pelos brasileiros.
Em números reais, a Abecip informou que as linhas de crédito de imóveis com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em fevereiro deste ano chegaram ao total de R$12,5 bilhões, o que é um recorde histórico para este mês, desde o o ano de 1994.
Além disso, nos primeiros dois meses do ano, o valor total emprestado aos brasileiros somou quase R$25 bilhões, indicando uma alta de 83% no crédito imobiliário em comparação ao mesmo período de 2020. No acumulado do ano (12 meses), o valor totalizou R$135,2 bilhões, representando um crescimento de aproximadamente 65% em comparação ao ano anterior.
Então, tudo isso indica que os consumidores brasileiros estão se arriscando mais no mercado de imóveis, mesmo que o momento não seja favorável economicamente para tal decisão, afinal, estamos falando de uma dívida alta, com juros expressivos e com um prazo de pagamento de décadas, na maioria dos casos.
O que é crédito imobiliário?
Antes de entendermos mais sobre como o mercado de imóveis está reagindo, é preciso saber exatamente o que significa crédito imobiliário. Bom, resumidamente, trata-se de linha de crédito oferecida por bancos para comprar, construir ou reformar imóveis, sejam eles habitacionais ou comerciais.
É importante deixar claro que crédito e financiamento imobiliário são coisas diferentes. Enquando o financiamento é exclusivo para a compra de imóveis, a linha de crédito pode abranger mais áreas e despesas, como a reforma de uma moradia, por exemplo.
Além do mais, saber como conseguir crédito imobiliário pode ser mais fácil, uma vez que essa linha de crédito costuma ser aprovada mais rapidamente.
Mas, em contrapartida, essa rápida aprovação (crédito pré-aprovado) gera um maior risco de inadimplência ao banco e por isso, os juros são mais altos que nos financiamentos.
Já o financiamento imobiliário, tem um processo de aprovação mais criterioso e demorado, avaliando não só a situação financeira do cliente, mas também o estado do imóvel e etc.
Resultados do crédito para imóveis em 2021
Agora que você já entendeu melhor como funciona o crédito imobiliário e a diferença para um financiamento, está pronto para acompanhar os resultados do ano.
Bom, de acordo com a Abecip, somente no mês de fevereiro deste ano foram financiados mais de 50 mil imóveis, quando somando as modalidades de compra e construção.
Esse resultado indica uma alta de 98% em comparação ao mesmo mês em 2020, ou seja, em um ano os brasileiros estão mudando de vida.
Isso pode ser reflexo inclusive da alta inflação sobre o preço dos aluguéis atualmente, que cresce cada mês mais.
Assim, os brasileiros que têm acesso ao crédito imobiliário, estão preferindo se arriscar mais com as parcelas, deixando o aluguel em segundo plano.
Afinal, como dizem por aí, o aluguel é uma “despesa morta”, isto é, você paga praticamente o mesmo valor de uma parcela de financiamento imobiliário, mas aquele bem nunca será seu…
Como o mercado de imóveis está reagindo?
Como vimos, estamos tendo uma maior procura pelas linhas de crédito imobiliário este ano.
Mas, em fevereiro a captação líquida da poupança SBPE teve um déficit de mais de R$5 bilhões, indicando que o mercado de imóveis continua incerto.
O sistema SBPE nada mais é do que um crédito destinado à compra de terrenos ou imóveis, oferecido por diversos bancos.
Nesse sistema, existe uma categoria de crédito em que as instituições bancárias recebem recursos pela poupança para tal investimento.
Conforme a Abecip, a diminuição na captação de recursos se dá principalmente por causa das despesas de início de ano, como IPVA, IPTU, gastos escolares e etc.
Entretanto, a expectativa é que para os próximos meses o saldo da poupança SBPE volte a crescer (o brasileiro volte a investir na poupança) e assim, aumente-se ainda mais a procura pelo crédito imobiliário.
Portanto, uma coisa é fato: o mercado está reagindo, seja por pressão ou por uma leve melhora econômica!
Muitos brasileiros estão dando adeus ao aluguel, o que pode ser uma estratégia inteligente, desde que se tenha um bom planejamento financiamento e controle sobre as finanças.
Já o comércio brasileiro, mesmo em meio a pandemia e as restrições com o isolamento social, está dando sinal de melhoras, com novos empreendimentos!