Aluguel de imóveis ficará mais caro em 2021

Analistas apontam que o aluguel de imóveis ficou 2,48% mais caro em 2020 e que há uma tendência de alta para 2021 e por isso, é preciso saber negociar!

homem fazendo conta na calculadora e destacado a frente a imagem de uma casa

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira (19/01/2021) que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) teve alta de 2,37% na segunda prévia do mês de Janeiro e isso impacta e muito o preço do aluguel de imóveis.

O IGP-M é o principal indicador utilizado para reajustar o valor do aluguel de casas e apartamentos e provavelmente em seu contrato de locação há uma cláusula falando sobre isso. 

Somente no ano passado o IGP-M teve um crescimento de 13% e segundo o boletim Focus feito por especialistas do Banco Central, para o ano de 2021 a previsão é que esse indicador suba aproximadamente 15%.

Essa é uma alta muito grande e com certeza trás um impacto negativo na vida dos brasileiros, tanto para aqueles que alugam imóveis para moradia quanto para quem investe no setor imobiliário.

Para quem aluga, o gasto mensal com moradia vai pesar bastante no bolso, pois, por exemplo, uma família que tem um aluguel no valor de R$1.000,00, com o atual reajuste do IGP-M passaria a pagar R$1.231,40. 

Já para os investidores do setor imobiliário, os preços mais altos nos alugueis podem ser prejudicial a carteira, considerando que, nesses casos, há uma tendência dos inquilinos quererem renegociar valores e até mesmo uma menor procura pelo aluguel de imóveis

Além disso, em momentos de crise econômica (como a que vivemos atualmente provocada pelo desemprego e pela pandemia), o mercado imobiliário é um dos primeiros a serem afetados, pois se diminui tanto a compra de imóveis quanto o lançamento de novos projetos. 

Com relação à construção de novos imóveis, esses ficam mais caros devido a que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que tem peso de 10% na taxa do IGP-M, variou 0,97% no mês de Janeiro deste ano.

Essa variação do INCC fez com que o gasto para se construir um imóvel ficasse mais caro, onde o preço dos materiais e equipamentos subiu 2,78%, o de serviços 0,41% e a mão de obra 0,13%, o que consequentemente leva à uma desaceleração nas atividades do setor.

Segundo projeções de especialistas financeiros, espera-se que o PIB (Produto Interno Bruto) do setor da construção civil para 2021, ao invés de crescimento, sofra uma queda de cerca de 4%, que por mais que pareça pouco, impacta bastante no mercado.

Já se antecipando ao cenário desafiador do ramo imobiliário, a Caixa anunciou que ofertará 43 bilhões em novas linhas de crédito imobiliário e prazos mais estendidos para o pagamento, justamente para movimentar a economia brasileira.

Impacto do valor do aluguel de imóveis na vida dos brasileiros

A chamada “inflação do aluguel” encerrou o ano passado em alta (23,14%), tendo a maior porcentagem desde 2002 (25,31%). Entre os anos de 2003 e 2019, a variação acumulada do IGP-M no ano não passou de 13%.

Assim, o ano novo mal começou e os brasileiros já estão tendo que se preocupar com as contas e claro, “se virar nos 30”, considerando que a taxa anual do IGP-M é usada como base para os reajustes nos preços do aluguel de imóveis.

Mas, enganam-se aqueles que pensam que somente o aumento nos preços do valor do aluguel de casas direto com proprietário, por exemplo, será afetado. Estamos falando de um fator que impacta indiretamente outros setores da economia brasileira.

Com o valor da moradia mais caro (e o salário mínimo 2021 não tendo aumentado tanto), o brasileiro se vê obrigado a fazer cortes no orçamento e consequentemente diminuir seu poder de consumo.

Ou seja, o atual valor do salário mínimo é baixo frente às diversas despesas fixas que a população tem, como aluguel, conta de água e luz, alimentação, gás de cozinha (que também teve reajuste), enfim.

E, para sobreviver em momentos de crise, os brasileiros acabam poupando, especialmente na alimentação e nas compras, fazendo com que o mercado recue.

Além disso, nessas situações, as taxas de inadimplência costumam aumentar, já que nos vemos obrigados a escolher entre pagar contas básicas e as demais (como o cartão de crédito, por exemplo).

Então, prepare o bolso, pois se não tivermos uma melhoria na economia nos próximos meses, o brasileiro irá sentir que tudo está mais caro.

Investidores devem ficar atentos ao mercado

Como já foi mencionado, o aluguel de casas e apartamentos prejudica os investimentos no setor imobiliário.

Segundo o índice FipeZap, Curitiba foi a única capital brasileira que teve a desvalorização do preços nos alugueis no ano passado (-0,375). Depois, as capitais com menor valorização foram: Fortaleza (0,26%), Rio de Janeiro (0,7%), Florianópolis (0,82%), São Paulo (1,14%) e Porto Alegre (1,27%).

Com isso, para quem pretende investir em fundos imobiliários ou outros ativos do setor, por exemplo, a dica é apostar nos negócios em Recife.

Como o preço do aluguel não subiu no Recife, o mercado não foi afetado e consequentemente se teve uma maior rentabilidade nos investimentos.

No ano passado, a rentabilidade dos investimentos em imóveis em Recife foi de 0,50% ao mês. 

Outras opções interessantes são imóveis em: Salvador (0,44% a.m.), São Paulo (0,43 a.m.) e Porto Alegre (0,41% a.m.).

A pior rentabilidade no setor imobiliário está na capital Fortaleza (0,29% a.m.) e no Rio Janeiro (0,32% a.m.).

Conclusão 

Não está fácil para ninguém quando o assunto é aluguel de imóveis! Por isso, a dica para sofrer o mínimo possível com os atuais reajustes é saber negociar.

O inquilino, o proprietário e investidor devem ser flexíveis neste momento tão delicado da economia, pois, caso contrário, todos tendem a ser prejudicados.

Principalmente enquanto estivermos sobre o impacto da pandemia, nada tende voltar ao normal e querendo ou não, os reajustes irão acontecer.

Então, frente a esse cenário de incertezas no setor do aluguel de casas e apartamento (as compras também serão impactadas, queda de cerca de 60%), a ideia é ter cautela e tentar ao máximo renegociar, buscando melhores condições!