A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), através de um levantamento feito pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), mostrou que os primeiros seis meses de 2021 não foram nada bons para as famílias no país, visto que o número de brasileiros endividados subiu alarmantemente.
Esse estudo começou a ser feito no ano de 2010 e até então não tínhamos registrado um índice de endividamento das famílias brasileiras tão grande. Atualmente, cerca de 69,7% dos consumidores ativos no Brasil possuem dívidas em seu nome.
Dentre os motivos de endividamento, as contas com cartão de crédito (81,8%), carnê de loja (17,5%), empréstimo pessoal (10,0%), prestação de financiamento de imóveis (9,1%) e veículos (11,9%) continuam sendo os vilões do orçamento dos brasileiros.
Como está a vida dos brasileiros endividados?
Quem está endividado (com muitas contas mensais para pagar) tem grandes chances de acabar ficando inadimplente, principalmente se essas dívidas forem altas e tenham taxas de juros elevadas.
Só para você ter uma ideia, no mês de junho de 2021, aumentou o número de pessoas inadimplentes no país, pelo segundo mês consecutivo. Assim, de acordo com o levantamento de junho, as famílias endividadas ou com contas em atraso somaram 25,1%.
Além disso, o número de pessoas que relataram não ter condições para quitar suas contas e dívidas também cresceu, ficando em 10,8%.
Motivos para o aumento no endividamento
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o orçamento familiar dos brasileiros está cada vez mais comprometido, ou seja, o custo de vida está caro e a renda não é suficiente.
Nesse sentido, a inflação elevada e a redução no valor das parcelas oferecidas pelo auxílio emergencial contribuem bastante para essa situação.
Dessa forma, podemos dizer, em grosso modo, que os brasileiros estão mais “pobres”, endividados e inadimplentes. Inclusive, a taxa de endividamento entre quem recebe até 10 salários mínimos por mês é maior, chegando a 70,7%.
Tempo médio de endividamento
Para piorar a situação, o tempo médio em que as famílias ficam endividadas também aumentou. Hoje em dia, o consumidor passa mais de 12 meses pagando uma dívida.
Desse percentual, aproximadamente 22,4% das famílias possuem dívidas que vencem em até 3 meses e 32,7% estão endividadas por mais de 12 meses.
Os principais motivos para isso são: oferta de juros mais baixos e prazos mais longos para o pagamento da dívida, que acabam atraindo mais os consumidores e os estimulando a se comprometer financeiramente, o famoso “gasto sem planejamento”.
O problema disso é que cada vez mais se compromete o orçamento, pois por mais que o cartão de crédito, o carnê parcelado e os empréstimos ajudem a complementar a renda e possibilitar o aumento no poder de consumo, ainda assim, dificultam a organização financeira da família, pois já se entra o mês no devendo mais do que realmente ganha.