Valor do aluguel em 2021 é o mais caro em 17 anos

O valor do aluguel, puxado pela inflação, dispara a 37,04% em apenas 12 meses, sendo o maior aumento desde o Real

placa de madeira crescente em direção a uma casa de madeira simbolizando o aumento no valor do aluguel 2021

Uma das despesas que mais tem pesado no orçamento das famílias brasileiras é o valor do aluguel. Segundo o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a “inflação do aluguel”, apenas em maio tivemos um reajuste médio de 4,10%.

De acordo com informações divulgadas pela Fundação Getúlio Vargas, o valor do aluguel em 2021 acumula até o momento uma alta de 14,39%. Na comparação entre maio de 2020 e maio de 2021, temos um acumulado de 37,04%.

Com isso, o preço cobrado nos aluguéis no país atualmente é o mais caro desde o Plano Real, superando o acumulado de 32,97% de abril de 2003, há exatamente 17 anos atrás.

Motivo do aumento no valor do aluguel nos últimos meses

Para quem vive em imóveis alugados, já percebeu que o aluguel está mais caro, certo? Bom, grande parte deste aumento é devido ao IGP-M, que é o índice que regula os reajustes da maioria dos contratos de locação residencial no Brasil.

O problema é que a inflação do aluguel é influenciada principalmente:

  • Pelo preço do dólar
  • Matérias-primas e produtos primários com cotações internacionais (commodities)

Desde o ano passado, devido à pandemia que impactou negativamente o mercado mundial, o IGP-M tem crescido mais do que a própria inflação da economia brasileira. 

O cálculo do valor do aluguel é feito da seguinte maneira:

  • IPA – Índice de Preços ao Produtor Amplo: é o índice que analisa a variação dos preços no atacado e compõe 60% do preço do aluguel
  • IPC – Índice de Preços ao Consumidor: índice que mede o custo de vida das famílias brasileiras e tem peso de 30% no valor do alugueis 
  • INCC – Índice de Nacional de Custo da Construção: índice que mede o aumento no custo dos insumos utilizados em construções habitacionais e corresponde a 10% da inflação do aluguel 

O que mais pesou no valor do aluguel em maio

Índice de Preços ao Produtor Amplo:

  • Minério de ferro: 20,64%
  • Cana-de-açúcar: 18,65%
  • Grão de milho: 10,48%
  • Carne bovina: 5,04%
  • Grão de soja: 3,74%

Índice de Preços ao Consumidor:

  • Tarifa de luz residencial: 4,38%
  • Condomínio: 1,10%
  • Gasolina: 1,03%
  • Plano e seguro de saúde: 0,84%
  • Veículo novo: 0,94%

Índice de Nacional de Custo da Construção:

  • Tubos e conexões de ferro e aço: 9,40%
  • Conexões e tubos de PVC: 5,37%
  • Elevador: 3,19%
  • Vergalhões e arames de aço ao carbono: 2,80%
  • Ajudante de construção civil: 0,86%

Como ficam os próximos aluguéis?

A inflação do aluguel para o mês de maio, medida pelo IGP-M, começará a pesar nos contratos de locação feitos a partir de junho.

Claro que esse reajuste no valor do aluguel só é repassado ao inquilino caso o proprietário decida que assim pretende fazer. 

Assim, caso precise renovar seu atual contrato ou esteja alugando o imóvel a partir de junho, e se o proprietário levar em conta a inflação atual, saiba que o preço ficará mais caro.

Por exemplo, se o valor do aluguel de um determinado imóvel hoje em dia é de R$1.000,00, em julho passará a custar R$1.370,40.

Com isso, é um aumento de quase R$400,00 no custo do aluguel, que com certeza faz a diferença no bolso dos brasileiros. 

Portanto, a dica é tentar negociar o valor do aluguel, para que se consiga bons descontos e essa despesa não pese tanto no orçamento nos próximos meses.