A poupança ano passado estava em um de seus melhores momentos históricos, sendo 2020 o ano em que os depósitos foram muito maiores que os saques.
Entretanto, desde que o Governo Federal anunciou o fim do pagamento do auxílio emergencial, os brasileiros já começaram a se preocupar com as finanças, afinal, o pagamento do benefício foi o que garantiu que muitas famílias tivessem o mínimo para sobreviver durante este período de crise financeira que o país está passando.
E, logo os impactos negativos desta notícia começaram a surgir e um deles é quanto à caderneta de poupança, que registrou agora no mês de janeiro um número de saques muito superior aos depósitos. De acordo com dados do Banco Central, os investidores brasileiros retiraram cerca de R$18 bilhões no primeiro mês do ano.
Mas, não podemos culpar o fim do auxílio emergencial como único motivo para esses péssimos resultados, visto que outros problemas estão contribuindo para que os brasileiros precisem pegar o dinheiro investido na poupança.
Nesse sentido, a falta de emprego e as contas tradicionais do começo do ano favorecem um aperto financeiro.
Assim, a preocupação é notória entre a população, que está cada dia mais angustiada sobre como irão se manter neste período, pois o fim da pandemia, infelizmente, não está próximo (especialistas acreditam que somente para 2022 começaremos a dar os primeiros passos pós-pandemia).
Por isso, mesmo depois da vacinação proteger a maioria das pessoas, ainda assim demorará um tempo para que as coisas voltem ao normal, especialmente com relação à movimentação da economia, através de novos postos de trabalho.
Então, o que fazer? Como esses novos resultados e o baixo rendimento da caderneta de poupança irão impactar negativamente a vida dos brasileiros para os próximos meses?
Bom, é sobre isso que falaremos no tema de hoje, para que você possa entender melhor sobre o assunto, caso tenha esse tipo de investimento, e até mesmo para se planejar financeiramente para 2021, que não será um ano fácil!
Como está a conta poupança hoje?
Conforme mencionado no início desta leitura, a poupança hoje não está nada amigável, já que o valor de saque está ultrapassando os depósitos. Segundo informações do Banco Central, a retirada mensal que aconteceu em janeiro deste ano, foi a maior desde 1995. A instituição informou que os saques totalizaram R$236,062 bilhões, enquanto que os depósitos somaram R$$244,908 bilhões.
Os especialistas financeiros acreditam que isso está diretamente ligado as dificuldades financeiras que os brasileiros estão passando, aliado claro às despesas características desta época do ano, como o pagamento de IPTU, IPVA, matrícula escolar, viagens e até mesmo as faturas de gastos feitos no final de 2020 que já começaram a entrar no orçamento mensal de 2021.
Mas, claro que o fim do auxílio emergencial contribuiu para esses resultados negativos. No ano passado, o governo anunciou cinco parcelas de R$600,00 e mais quatro de R$300,00.
Coincidentemente, durante os meses que o benefício estava sendo pago, tivemos os melhores resultados na poupança.
Isso acontece especialmente entre abril e agosto, que foi o período onde o auxílio estava sendo pago integralmente.
Após as parcelas diminuírem para R$300,00, o valor líquido da caderneta de poupança (depósitos menos o valor dos saques), também decaiu.
Nem mesmo em dezembro, com a liberação do 13° salário e outros recursos financeiros da época a conta poupança reagiu.
Além disso, segundo William Baghdassarian (professor de Finanças do Ibmec-DF), a retirada líquida deste ano superou a média histórica dos meses de janeiros de anos anteriores.
Era esperado um saque no valor máximo de R$13 bilhões e chegamos a R$18 milhões… A crise do desemprego e a renda mensal incerta contribui bastante para esses resultados.
Está valendo a pena investir na poupança?
De acordo com os dados do próprio Banco Central, os depósitos feitos na conta poupança também diminuíram, assim como os saques.
Isso indica que os investidores brasileiros estão repensando sobre onde aplicar seu dinheiro.
Com a taxa de juros básica em mínima histórica, menos de 2% ao ano, não está nada favorável investir na poupança.
Inclusive, não só ela está sendo afetada… Todas as outras aplicações de renda fixa, como CDB e fundos de investimentos estão rendendo pouco, o que não é atrativo aos investidores.
E para piorar a situação, a norma brasileira prevê que sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5%, devem haver cortes no rendimento da poupança, que é o caso atual.
Sendo assim, por enquanto, esse investimento está rendendo 70% da Selic mais a taxa referencial, calculada pelo Banco Central.
Na prática, a poupança hoje está rendendo 1,4% ao ano mais a taxa referencial e esse é o menor rendimento em 18 anos.
Por isso, os investidores estão procurando outros tipos de investimentos para aplicar seu dinheiro, com um pouco mais de rentabilidade.
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Atualmente, investimentos com o melhor desempenho são em metais preciosos, especialmente o ouro (49%), no euro (34%) e no dólar (23%).
Portanto, é de se esperar que o volume de saques na caderneta de poupança continue a subir, ao passo que os depósitos baixem mais.
