Inflação: Famílias de baixa renda são mais prejudicadas que os mais ricos

Brasileiros pobres sentem o dobro da inflação em seus orçamentos em comparação às famílias mais ricas, diz Ipea!

Empilhador de moedas, empresário com dinheiro empilhado

 

De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ipea ( Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)  nesta segunda-feira (14 de junho),  a inflação no mês de maio prejudicou muito mais os brasileiros mais pobres do que os mais ricos.

Segundo este levantamento, o aumento no preço de bens e serviços, como conta de luz, gás de cozinha, combustível e medicamentos pesou quase duas vezes mais no orçamento das famílias de menor renda do que nas famílias com uma melhor condição financeira.

O indicador do Ipea fez um levantamento da inflação, mostrando o impacto da pressão inflacionária de Abril para Maio nas diferentes faixas de renda. Confira mais detalhes a seguir!

Influência da inflação na vida dos brasileiros 

Conforme o levantamento feito pelo Ipea, o aumento na inflação afetou em cheio os mais pobres, ou seja, famílias com renda mensal inferior a R$1650,50, visto que o custo de vida passou de 0,45% em Abril para 0,92% em Maio.

Já entre as famílias com renda mais alta,  isto é, rendimentos mensais superiores a R$16.509,66, a inflação passou de 0,23% para 0,49% em um mês. 

Com isso, é possível ver que os consumidores brasileiros que mais sentem o impacto da inflação na economia brasileira em seu dia-a-dia são os mais pobres,  justamente quem ganha menos e acaba tendo que gastar mais.

Como é medida a inflação no Brasil?

De modo geral, a inflação representa o aumento no custo de vida da populaçãoIsso significa que se os preços estão subindo, o seu poder de compra vai diminuir.

Então, resumidamente, podemos dizer que em momentos de inflação nas alturas, você consegue comprar menos com a mesma quantia em dinheiro. 

Aqui no Brasil, esse índice é demonstrado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que, por sua vez, é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia).

Mês de Maio inflacionado

Conforme o levantamento do Ipea, a inflação no mês de Maio fechou em 0,83%, sendo que em Abril a taxa era de 0,31%.

Os maiores responsáveis por elevar os preços no país são:

  • Gás veicular (23,8%)
  • Etanol (12,9%)
  • Energia elétrica (5,4%)
  • Gás encanado (4,6%)
  • Gasolina (2,9%)
  • Serviço de água e esgoto (1,6%)
  • Botijão de gás (1,2%)

Vale lembrar que esses reajustes em produtos e serviços afetou principalmente o orçamento das famílias mais pobres.

Além disso,  o custo com a habitação cresceu 0,42% em Maio para as famílias de baixa renda,  o que equivale a 46% do aumento total de preços neste setor da economia.

Outro ponto de destaque é que para as famílias de renda mais baixa, teve-se um aumento de 1,3% no preço dos medicamentos.

Em contra ponto, para as famílias mais ricas, o reajuste foi nos planos de saúde (0,67%).

Em uma comparação rápida, a inflação acumulada no último ano somou 8,91% para os mais pobres e apenas 6,33% para a população mais rica, ou seja,  quem ganha menos está pagando mais para viver, o que deveria ser o contrário.