Desemprego no Brasil bate recorde e atinge mais de 14,8 milhões de brasileiros

A taxa de desemprego no Brasil nunca esteve tão alta desde 2012 e já deixa mais de 14,8 milhões de brasileiros sem renda!

mulher de máscara em frente à um restaurante com a placa de fechado, indicando a crise de desemprego no Brasil

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil no primeiro trimestre de 2021 chegou a 14,7%.

Com isso, chegamos ao alarmante número de mais de 14,8 milhões de brasileiros desempregados, isto é, pessoas sem renda fixa e em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.

Só para ter uma ideia da gravidade da situação, no último levantamento feito no quarto trimestre de 2020 havia apenas 13,9% de pessoas desempregadas no país. Assim, em menos de 3 meses mais de 880 mil trabalhadores foram demitidos. 

Com relação à população ocupada, temos atualmente cerca de 85,7 milhões de pessoas empregadas no Brasil. Isso representa cerca de 6,6 milhões de trabalhadores a menos do que no mesmo período do ano passado.

E para piorar a situação, aumentaram os números de pessoas desalentadas (aproximadamente 6 milhões). Desalentados são brasileiros que gostariam de estar trabalhando, mas acabaram desistindo de procurar uma vaga de emprego. 

Pandemia é o principal motivo do desemprego no Brasil

Os maiores índices de desemprego no Brasil estão associados principalmente à pandemia. Desde o mês de maio de 2020, menos da metade (48,4%) dos brasileiros em idade de trabalhar estão empregados.

Com a retração da economia, devido à dificuldade em conseguir insumos para as indústrias e as medidas de isolamento social que fecharam o comércio local, o nível de ocupação no país tem diminuído bastante. 

Além disso, principalmente nesta época do ano que a falta de emprego no Brasil se intensifica.

Justamente porque é o período em que as empresas costumam encerrar os contratos temporários do final do ano.

Por isso, o desemprego na pandemia é uma realidade e a economia brasileira está sofrendo bastante com o impacto. 

Trabalhadores estão ganhando menos

Além do desemprego no Brasil estar tão alto, quem está trabalhando está recebendo menos…

Segundo a pesquisa do IBGE, atualmente, os brasileiros têm, atualmente, um salário 1,5% menor do que no último levantamento do ano passado.

Se compararmos o primeiro trimestre de 2020 com o deste ano, a queda nos rendimentos salariais é de 6,7%, o que dá cerca de R$15 bilhões a menos. 

Para quem está empregado, a renda média é de R$2.544,00. Mas, lembrando que no cálculo dessa renda entram todos os ganhos extras e não apenas o salário fixo.

Desemprego no Brasil em cada estado

Dos 27 estados brasileiros, 8 deles tiveram um aumento na taxa de desemprego no Brasil no primeiro trimestre deste ano.

Os maiores índices de falta de emprego no país são:

  • Bahia e Pernambuco: ambos com uma taxa de desemprego de 21,3%
  • Sergipe: desemprego em 20,9%
  • Alagoas: Falta de trabalho em 20,0%

O menor nível de desemprego no Brasil é nos seguintes estados:

  • Mato Grosso: cerca de 9,9%
  • Paraná: falta de trabalho em 9,3%
  • Rio Grande do Sul: aproximadamente 9,2%
  • Santa Catarina: apenas 6,2% de taxa de desemprego

Nos estados de São Paulo (14,6) e Rio de Janeiro (19,4), a taxa de desemprego ficou estável nos três primeiros meses de 2021.

O desemprego no Brasil aumentou a informalidade no mercado

As famílias brasileiras precisam de uma fonte de renda para sobreviver, considerando que a nova rodada do auxílio emergencial não dá conta de todas as despesas da casa.

Por isso, a busca de renda no mercado de trabalho informal aumentou no país, avançando 1,4% desde o último levantamento em 2020.

Quando falamos em trabalhadores informais são:

  • Aqueles que trabalham por conta própria
  • Empregados do setor privado que não assinam carteira
  • Trabalhadores sem registro na CLT
  • Empregadores sem CNPJ
  • Trabalhadores familiares auxiliares, como diaristas.

Segundo os dados do IBGE, a taxa de informalidade ficou neste primeiro trimestre em 39,6% da população ocupada. 

Isso representa cerca de 34 milhões de brasileiros que trabalham por conta própria, ou seja, sem assinar carteira e contribuir com a previdência social (INSS).

Somente desde o fim de 2020 até março de 2021, mais de 250 mil brasileiros tiveram que recorrer ao trabalho autônomo para gerar renda. 

Mas, a boa notícia é que a economia volte a crescer nos próximos meses e assim as empresas voltem a contratar. 

Inclusive, o governo federal, através do Ministério da Economia, divulgou esta semana os resultados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

De acordo com esses dados, o Brasil registrou um aumento de mais de 120 mil vagas de emprego com carteira assinada em abril.