A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Tursimo (CNC), mostrou que o número de brasileiros endividados sofreu uma queda no mês de setembro. Esta é a primeira queda registrada pela Peic desde maio deste ano.
Para realizar a pesquisa, a CNC utiliza como base os dados mensais relacionados às dívidas com cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, carnê, empréstimo pessoal, crédito consignado e financiamentos de veículos e de imóveis.
Os números de setembro
Em setembro, o número de endividados chegou a 66,9%. O índice registrado foi 0,3% a menos se comparado ao mês de agosto que registrou 67,2%. O índice registrado em agosto foi o pior desde então, seguido de três altas consecutivas.
Apesar da queda no número de endividados, não se pode dizer que o número representa uma diminuição no impacto causado pela pandemia do novo coronavírus. Ao comparar o índice de setembro com os últimos 12 meses, houve um aumento de 2,1%.
A principal dívida entre as famílias brasileiras é a do cartão de crédito, que corresponde a 79% da amostra usada na pesquisa. Em segundo lugar, ficam as dívidas com os carnês, que corresponde a 16,7, e em terceiro estão as dívidas com financiamento de veículos.
Quanto à relação entre a renda das famílias e o endividamento, a Peic mostrou que as famílias endividadas que recebem até 10 salários mínimos também teve a primeira redução desde maio. O índice, que estava em 69% em agosto, foi para 69%.
Já as famílias endividas com uma renda mais alta, que recebem mais de dez salários por mês, teve o primeiro aumento desde maio. O índice chegou a 59%.
Número de inadimplentes também sofre queda
A pesquisa realizada pela CNC também mostrou que o número de pessoas inadimplentes, de pessoas que deixaram de pagar as suas dívidas, também sofreu uma queda no mês de setembro, a primeira registrada desde maio.
O índice do mês de setembro, segundo a Peic, mostrou que o total de famílias inadimplentes teve uma queda de 0,2% em comparação ao mês de agosto, que registrou o índice de 26,7%.
Além dos inadimplentes, a pesquisa também considera as famílias que alegam não ter condições de pagar suas contas atrasadas. O índice dessa parcela se mostrou estável em comparação ao mês de agosto, indo de 12,1% para 12%. Se comparado aos últimos 12 meses, é possível perceber que houve um aumento de 2,4%.
