Respire fundo e prepare-se, pois a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (30) que a conta de luz no Brasil custará mais caro para os consumidores em Maio. Neste mês, iremos para a bandeira vermelha patamar 1, onde são cobrados R$4,169 a mais na fatura a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.
A despesa com energia elétrica tem pesado bastante no orçamento familiar aqui no país, seja pelos reajustes constantes ou pelas tarifas cobradas de acordo com as bandeiras tarifárias. Inclusive, no mês de Abril, estávamos pagando a bandeira amarela.
Mas, dessa vez não tem muito o que fazer a não ser começar a economizar luz em casa no dia-a-dia, visto que o motivo da bandeira vermelha entrar em vigor a partir do próximo mês é o período climático, ou seja, está fora do nosso alcance encontrar uma solução.
Segundo a Aneel, Abril é o mês que marca o fim do período de transição entre as estações úmidas e secas nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica.
Assim, a partir de Maio, inicia-se um período mais seco e consequentemente, o nível dos reservatórios de água começa a diminuir, encarecendo o processo de produção de energia nas hidrelétricas.
Porque a conta de luz ficará mais cara em Maio?
Como explicamos acima, com os reservatórios com menos água, temos um patamar desfavorável de produção de energia. Isso acaba “obrigando” a Aneel a acionar as bandeiras tarifárias mais caras.
No mês de Maio começa o período mais seco, que é quando os reservatórios apresentam estoques de água reduzidos.
Basicamente, quando isso acontece, pagamos a mais por dois tipos de custos adicionais:
- Despesas relacionadas ao risco hidrológico (GSF): quando o volume de chuva nas bacias não é o suficiente para cobrir toda a energia gerada, tendo as hidrelétricas que arcar com essa diferença nos valores e obviamente isso é repassado ao consumidor;
- Preço de Liquidação de Diferenças (PLD): utiliza-se esse termo como referência para precificar a energia no mercado em curto de prazo.
Somado a isso, temos o mês de Abril como um dos piores na série histórica de aportes hidráulicos registrado pelo SIN (Sistema Interligado Nacional).
Normalmente, este mês é tradicionalmente conhecido por marcar o fim do período de transição entre as estações secas e úmidas.
Porém, segundo a agência reguladora, entre 2020 e 2021, o período úmido registrou a pior entrada de água no reservatório das hidrelétricas desde 1931.
Dessa forma, tem-se a necessidade de acionar mais usinas térmicas, que são mais caras e levam ao aumento na conta de energia.
Entenda as bandeiras tarifárias
Embora muitos ainda não acreditem, as bandeiras tarifárias não são nossas inimigas, mas sim aliadas do nosso orçamento.
O sistema de bandeiras foi criado pela Aneel em 2015 e é utilizado para sinalizar o custo da geração de eletricidade
O principal objetivo desse sistema tarifário é de alertar o consumidor, bem como tentar diminuir o consumo, já que o nível de água não é o suficiente para produzir a quantidade necessária para toda a população através das hidrelétricas.
Quando a bandeira está verde, significa que os reservatórios de água estão cheios, não havendo a necessidade de acionar um custo extra para a produção por meio das usinas térmicas (mais caras que as hidrelétricas).
Entretanto, quando o nível dos reservatórios está baixo, aumenta-se o custo da produção de energia.
Isso exige o acionamento de mais térmicas, que é quando a bandeira amarela ou vermelha passa a vigorar, de acordo com a necessidade.
Então, o sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz tem como objetivo informar o consumidor quando o custo aumenta.
Assim, pesando mais no bolso, nos obrigamos a reduzir o uso de energia elétrica durante o mês.
Consequentemente, poupando no consumo mensal, evitamos que a conta de luz fique com um valor absurdo e não se consiga pagar.
Inclusive, as geradoras de energia elétrica também se beneficiam da bandeira tarifária, pois à medida que diminuímos o consumo, damos mais tempo para os reservatórios se reabastecerem de água.
