O famoso GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha vem sofrendo reajuste em cima de reajuste nos últimos meses, gerando cada vez mais uma alta nos preços. O problema é que estamos falando de um produto básico do dia-a-dia das famílias brasileiras, ou seja, é praticamente irreal decidir que não comprará mais um botijão. 

Só para você entender o motivo da preocupação quanto ao preço do gás de cozinha, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), 2020 houve um aumento de quase 10%, sendo mais que o dobro do crescimento da inflação anual no país no ano passado. 

Como se não bastasse, já no início deste ano a Petrobras anunciou o aumento no gás de cozinha GLP, elevando o preço do botijão em 6%. Desde então, outros reajustes aconteceram, no qual em algumas regiões do país, o valor médio passou de R$100,00, que é o caso do gás no Mato Grosso. Assim, esse gasto já representa aproximadamente 8% da renda mensal dos brasileiros, considerando o atual salário mínimo.

Por isso, além de saber como economizar gás de cozinha (confira aqui dicas incríveis para poupar no uso do gás), só nos resta entender os motivos pelos quais esse produto está subindo tanto e tão rápido, afinal, um consumidor bem informado vale por dois, não é mesmo? Vamos lá?!

O que faz o preço do gás de cozinha aumentar?

Quando pensamos no preço do gás hoje chega até a dar uma palpitação no peito, pois cada mês que precisamos comprar um botijão, a surpresa na conta é diferente… Isso porque com o reajuste na refinaria, automaticamente, todo o mercado arca com a diferença, fazendo com que a suba seja repassada ao consumidor final, ou seja, estamos falando de um sistema em reação em cadeia entre a refinaria de petróleo, a empresa distribuidora e a revendedora.

Mas, o que será que faz o gás de cozinha mais barato ou mais caro? Bom, basicamente, o preço do GLP é influenciado por três fatores: 1) política de preços da própria Petrobrás; 2) cotação do barril do petróleo no exterior; 3) valorização do câmbio estrangeiro, principalmente o dólar. Para entender melhor sobre isso, explicaremos cada um desses itens a seguir! Confira!

• Política de preços da refinaria de petróleo

A refinaria de petróleo Petrobrás tem total autonomia para mudar os preços conforme o andamento do mercado e assim como faz com a gasolina e com o diesel, reajusta também o gás de cozinha.

Assim, desde o ano de 2019 a refinaria altera os valores do GLP sem uma periodicidade pré-determinada, apenas analisando as variações no mercado. 

Antes não sentíamos tanto o impacto dos reajustes, pois eles eram feitos trimestralmente, levando em conta a média no último ano.

Porém, agora o reajuste pode ocorrer de uma quinzena para a outra e os fatores que mais pesam na decisão de aumentar ou baixar o preço do botijão é a atual cotação do petróleo e do dólar. 

Entretanto, cabe lembrar que mesmo que aconteça uma alta no gás de cozinha preço na refinaria, as distribuidoras e revendedoras ficam livres para repassar ou não o reajuste a seus clientes. 

É justamente por isso que vemos a diferença no valor do preço praticado no mercado, podendo encontrar um gás até 20% mais barato que em outra revenda autorizada na mesma região.

• Cotação do preço do petróleo

Outro fator que interfere diretamente no preço do gás de cozinha é a cotação do preço do barril de petróleo praticado fora do Brasil.

Isso porque para produzirmos o gás GLP, precisamos do petróleo como matéria-prima e como sabemos, o preço desse produto é definido no mercado internacional.

Com a pandemia no ano passado, tivemos um momento em que o preço do petróleo caiu significativamente devido a diminuição no uso do combustível.

Entretanto, com o isolamento social, no qual as pessoas passaram a ficar mais em casa e consequentemente gastar mais gás de cozinha, o valor logo voltou a subir.

Assim, desde então tanto o preço do barril do petróleo Brent quanto o WTI só subiram, acumulando uma alta de mais de 10% desde 2020.

• Valorização do dólar no mercado

Por último, mas não menos importante, temos a valorização do preço do dólar afetando diretamente o gás de cozinha. 

Como já mencionado, o barril de petróleo é negociado no exterior e sendo assim, todas as transações financeiras são feitas em dólar.

O problema é que a moeda norte-americana também está em alta desde o início da pandemia, fechando 2020 com aumento de quase 30%.

Somente este ano, o valor do dólar já subiu mais de 5% neste primeiro trimestre do ano e a tendência é que continue subindo.

Então, como o dólar está valorizado, consequentemente o preço pago na matéria-prima encarece o processo de produção, que é repassado ao consumidor.

Conclusão

Portanto, agora você já sabe o motivo do gás de cozinha estar tão caro, não é mesmo?

Esperamos que com essa leitura você possa ter entendido melhor sobre como e porque são feitos os reajustes nos preços do botijão GLP e assim acompanhe as oscilações do mercado para preparar seu bolso quando o valor voltar a subir.

Além disso, procure por maneiras de economizar gás de cozinha, pois com certeza essa economia fará a diferença em seu orçamento mensal!