Não é novidade que estamos passando por uma crise econômica preocupante, não é mesmo? A taxa de desemprego está em 14%, temos milhares de brasileiros com jornada de trabalho reduzida devido a pandemia e com isso o salário é menor também, a inflação está nas alturas, enfim, quem tem um salário já não está mais dando conta das despesas mensais.
E a caderneta de poupança parece estar sendo o refúgio das famílias brasileiras para enfrentar a crise, pois desde o início do ano que o número de saques tem sido superior ao número de entradas, ou seja, as pessoas estão tirando mais dinheiro da poupança ao invés de investir.
De certa forma isso não está errado, pensando que a conta poupança é um dos investimentos indicados para criar uma reserva de emergência mesmo. O problema é que se continuarmos nesse ritmo a situação pode piorar ainda mais.
Isso porque a nova rodada do auxílio emergencial só terá quatro parcelas e com média de valor de R$250,00, que é bem menor do que o valor pago no benefício do ano passado. Além disso, com tudo tão caro, com essa quantia pouco conseguimos fazer, pois não paga nem a cesta básica.
Assim, a tendência é que após o fim do auxílio de 2021, a vida financeira dos brasileiros passe por momentos turbulentos, pois não terão mais essa renda para ajudar no orçamento para pagar as contas, sendo a solução esvaziar a reserva de emergência, infelizmente.
Recorde de retirada na poupança
A poupança hoje é o investimento preferido dos brasileiros, pois é uma aplicação que tem baixo risco, é fácil para quem não tem muito conhecimento sobre como investir, tem liquidez diária (é possível retirar o dinheiro quando desejar), entre outros motivos.
Mas, desde Janeiro vem registrando recordes na retirada líquida de recursos. Segundo o Banco Central (BC), no mês de Março o balanço na caderneta de poupança entre o que foi depositado e o que foi sacado fechou com um saldo negativo de quase R$6 bilhões.
Ainda de acordo com o BC, essa é a retirada líquida mais expressiva nos últimos anos desde 2017, quando os brasileiros sacaram aproximadamente R$5 bilhões.
Só para você ter uma ideia do quanto a situação financeira pode mudar em pouco tempo, no mesmo período do ano passado a conta poupança estava bombando.
Em março de 2020, os investidores depositaram mais de R$12 bilhões em suas contas, ou seja, a entrada de dinheiro era superior à retirada.
Além disso, comparando os resultados dos três primeiros meses do ano, desde 1995 que não se registrava uma retirada tão grande de dinheiro da conta poupança.
O que está levando os brasileiros a retirarem dinheiro?
Como já mencionado, o país e o mundo todo está passando por uma crise financeira devido a pandemia do Coronavírus e com isso, toda a economia é afetada.
Mas, além disso, um dos principais motivos para os brasileiros estarem recorrendo ao dinheiro investido na caderneta de poupança é com relação ao fim do auxílio emergencial.
Com muitos desempregados e sem renda, a solução é apelar para a poupança, afinal, as contas não param de chegar, não é mesmo?
No ano passado, enquanto o governo federal repassava o benefício às famílias brasileiras, o número de investidores e a quantia na poupança cresceu rapidamente. Entretanto, assim que o benefício diminuiu de R$600,00 para R$300,00 já se notou uma queda na quantia depositada.
Outra explicação é quanto ao aumento no custo de vida dos brasileiros, pois tudo está mais caro, desde a conta de luz até as compras no supermercado.
Assim, mesmo quem está trabalhando e tem uma renda fixa não está tranquilo nas finanças, pois praticamente todo o rendimento do mês vai para cobrir despesas básicas.
Dessa forma, quem ainda tem dinheiro guardado na caderneta de poupança está retirando a medida que a situação financeira aperta.
A poupança vai voltar a crescer?
Com a nova rodada do auxílio, a expectativa é que a poupança volte a registrar resultados positivos, onde a entrada seja maior que a retirada.
Isso pode começar a acontecer já em Abril, uma vez que a primeira parcela começou a ser paga dia 6.
Mas, outro ponto favorável que indica que poupar e investir será uma realidade nos próximos meses é que o Copom aumentou a Taxa Selic para 2,75% ao ano.
Com a taxa básica de juros em alta, os investimentos em renda fixa têm maior rendimento, que é o caso da poupança, que está diretamente atrelada à Selic.
Assim, sabendo que a conta poupança está rendendo mais, é de se esperar que o brasileiro volte a investir nela.
Atualmente, a poupança rende cerca de 70% da Selic e assim, quanto mais a taxa de juros crescer, mais vantajosa se torna essa aplicação.
E, segundo o Banco Central e especialistas financeiros, a expectativa é que a Taxa Selic possa chegar a 4% até o fim do ano.
Então, fique atento às notícias financeiras, pois caso essa taxa continue a aumentar, vale a pena por seu dinheiro na poupança novamente!